Com a disponibilização da tecnologia na educação, alunos buscam conhecimento em ambientes diversificados... E essas tecnologias estão muito além de instrumentos que auxiliam na educação. Elas proporcionam independência.
Ensinar com ajuda da tecnologia
Como recurso didático ou simplesmente para facilitar o trabalho do professor, elas não podem mais ser ignoradas.
É preocupante a desatenção de muitas escolas e redes de ensino com a necessidade de modernização dos recursos para educar. Muitos professores acabam buscando isso por conta própria, como é o caso de Luciana, jovem professora da Região Sul, leitora de NOVA ESCOLA. Inconformada com os cadernos de chamada e de diários repetidamente preenchidos a mão, ela usa computador e impressora para simplificar a tarefa. Além de assim realizar afazeres administrativos, ela leva para a classe alguns materiais mais atualizados disponíveis na internet, mas não em sua escola.

Para o uso
pedagógico, há diversos recursos também muito simples, que não exigem o acesso
à internet em banda larga, e podem ser utilizados com grande vantagem. Basta se
lembrar das centenas de DVDs de interesse artístico, científico, geográfico ou
histórico. Custando menos do que um sanduíche cada um, eles poderiam constituir
o acervo de videotecas em muitas escolas para o uso em sala de aula ou o
empréstimo para alunos e professores. Se for difícil manter aparelhos
eletrônicos como computadores e televisores em cada sala, há algumas
alternativas, como materiais portáteis, de uso coletivo, desde que haja a
consciência da necessidade ou do interesse, é claro!
Os sistemas de
comunicação evoluem com extrema rapidez e essa dinâmica é parte da vertiginosa
modernidade em que estamos imersos. Não podemos nos deslumbrar com essas
novidades ou ficar apreensivos pelo perigo de que substituam nossa função de
educar. Mas não devemos ignorar as possibilidades que eles abrem para
aperfeiçoar nosso trabalho, como o acesso a sites de apoio e atualização
pedagógica ou a programas interativos para alunos com dificuldades de
aprendizagem.

Há escolas que
montaram a famosa "sala de informática", mas a mantiveram fechada até
que os equipamentos se tornaram obsoletos - também há quem proponha logo um
notebook para cada aluno, o que talvez não se justifique, pois há notícias de
progresso inexpressivo na qualidade do ensino em lugares onde esse investimento
foi feito. É preciso saber disso para não alardear milagres tecnológicos,
especialmente se desacompanhados de programas de formação, mas não se pode
cobrar das escolas um bom desempenho se elas estiverem décadas atrás do que já
se tornou trivial nas práticas sociais.
Referência: Luis
Carlos de Menezes (pensenisso@abril.com.br) é físico e
educador da Universidade de São Paulo (USP).
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