O desenvolvimento de competências e habilidades ligadas à tecnologia,
é fator de grande importância na globalização das ideias, das experiências
aglomeradas durante séculos, uma vez que se produz equipamentos com alta
capacidade produtiva e com baixo custo operacional, necessitando, portanto, de
mão de obra qualificada, para operar equipamentos. A necessidade de evolução na
metodologia do ensino se faz presente em diversos estudos de respeitados
educadores brasileiros que, desde a década de 90, colocavam em discussão e
análise este assunto, já disponível e utilizado no mundo inteiro. A pesquisa
aborda a presença das diferentes tecnologias no ambiente educacional,
analisando a necessidade de formação do educador para lidar com tais
tecnologias como ferramentas auxiliares do processo educativo. Realizada a
partir de pesquisa bibliográfica, discute-se aqui, as novas exigências
educacionais advindas da revolução tecnológica vivida neste milênio, e a forma
como tais exigências se refletem no ambiente educacional e na prática
educativa, exigindo do professor novas habilidades e conhecimentos que o
habilitem a atuar como mediador na construção do conhecimento na era da
tecnologia.
O PROFESSOR NA ERA DA EDUCAÇÃO
TECNOLÓGICA
No limite, as orientações e
práticas pedagógicas, de instrução, os paradigmas de investigação e os modelos
de formação tecnológicas podem ser adaptados, estão dependentes das
perspectivas sobre a natureza do conhecimento, do pensamento e das diferentes
teorias da aprendizagem. Ou seja, as orientações metodológicas e curriculares,
as práticas, derivam e fundamentam-se, pois, nas teorias da aprendizagem e do
desenvolvimento, sendo, então, os seus pilares a Filosofia e a Psicologia,
dentre outros.
A grande evolução e utilização das novas tecnologias informacionais
vem provocando transformações radicais nas concepções de ciência, e impulsiona
as pessoas a conviverem com a ideia de aprendizagem sem fronteiras e sem
pré-requisitos. Tudo isso implica em novas ideias de conhecimento, de ensino e
de aprendizagem, exigindo o repensar do currículo, da função da escola, do
papel do professor e do aluno (TAJRA, 1998). Uma mudança qualitativa no
processo de ensino/aprendizagem acontece quando se consegue integrar dentro de
uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as
textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais (MERCADO, 2002).
Para o autor, houve uma passagem muito rápida do livro para a
televisão e vídeo e destes para o computador e a Internet, sem que houvesse a
aprendizagem e a exploração de todas as possibilidades de cada meio.
As habilidades relacionadas ao uso de tecnologia delineiam um novo
modelo para a escola. Os recursos oferecidos pelos computadores, pela Internet
e outras redes de comunicação evidenciam a necessidade de se estabelecerem
vínculos entre os conteúdos das disciplinas escolares, as diversas
aprendizagens no âmbito da escola e a realidade cotidiana.
Notadamente as informações circulantes são mais ricas em forma e mais
diversificadas em conteúdo do que as existentes na escola tradicional (LÉVY,
1993; MORAN, 1995; MERCADO, 2002).
Até o advento das tecnologias de informação e comunicação, a escola
era o lugar para onde as pessoas se destinavam a fim de adquirir conhecimento
sistematizado, o lugar onde estavam as informações mais importantes e o
professor era visto, então, como o detentor e provedor de saberes. Com a
profusão de mídias e facilidade de acesso oferecido pelas tecnologias de
informação e comunicação, a escola redefine-se no que diz respeito a ser
repositório de informações e o professor passa a ter o papel de mediador e
orientador da aprendizagem, devendo ser hábil no uso das tecnologias para a
educação. (PREITO, 1999).
Para empreender um trabalho, no espaço escolar, comprometido com uma
nova realidade tecnológica, o professor precisa criar novas metodologias de
ensino que tenham como ponto de ancoragem a realidade da escola e de seus
protagonistas, relacionando o cotidiano escolar a contextos mais amplos,
articulando o senso comum ao saber sistematizado e socialmente construído,
integrando e contextualizando os diversos componentes curriculares à nova realidade
social. Dadas as transformações sócio-culturais que ocorrem numa velocidade
jamais vista, os profissionais da educação devem estar continuamente se
informando, se transformando, se formando (PRETTO, 1999).
A questão da formação do professor ao se pensar nas alterações que a
adoção de novas tecnologias promovem na prática docente, faz-se necessário
pensar na pessoa do professor e em sua formação que, não se dá apenas durante o seu percurso nos cursos de formação de professores
mas, durante todo o seu caminho profissional, dentro e fora da sala de aula
(TAJRA, 1998). Faz-se necessário que o profissional tenha tempo e oportunidades
de familiarização com as novas tecnologias educativas, suas possibilidades e
limites para que, na prática, possa fazer escolhas conscientes sobre o uso das
formas mais adequadas ao ensino de um determinado tipo de conhecimento, em um
determinado nível de complexidade, para um grupo específico de alunos e no
tempo disponível. A diferença didática não está no uso ou não uso das novas tecnologias,
mas na compreensão das suas possibilidades. Mais ainda, na compreensão da
lógica que permeia a movimentação entre os saberes no atual estágio da
sociedade tecnológica (ALMEIDA, 2001).
No contexto escolar os conhecimentos adquiridos são colocados em
prática. Nesse espaço eles são recontextualizados, é na prática que o aprendido
é (re)significado. Na sala de aula, no cotidiano escolar, emergem as dúvidas,
os questionamentos, as novas ideias. Sanar dúvidas, questionar ações,
modificá-las, discutir novas ideias implica num processo contínuo de formação de
professores. Reconstruir um referencial pedagógico que dê suporte a uma nova
prática profissional é um processo que requer rupturas. Assumir uma nova
postura como professor (de transmissor do conhecimento para mediador da
construção de um conhecimento culturalmente construído e compartilhado), adotar uma nova metodologia
(envolvendo um novo instrumento cultural), criar formas diferentes de trabalhar
os conteúdos (formas que privilegiem os aspectos cognitivos) são fatores que
determinam a (re)significaçâo das práticas educativas instituídas. (PREITO,
1999).
Cada docente pode encontrar sua
forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos
metodológicos. Mas também é importante que amplie, que aprenda a dominar as
formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática.
Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É
importante que cada docente encontre o que lhe ajuda mais a sentir-se bem, a
comunicar-se bem, ensinar bem, ajudar os alunos a que aprendam melhor. É
importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de
avaliar. (MERCADO, 2002).
A Internet abre possibilidade de se modificar mais facilmente a forma
de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos cursos à distância.
São muitos os caminhos, que dependerão da situação concreta em que o professor
se encontrar. Em se tratando da utilização de novas tecnologias no contexto
educacional, o que se percebe é que o educador encontra-se inserido num
emaranhado de conexões cujo centro é móvel, pois a mudança é frequente,
esperada e, por vezes, extraordinária.
É necessário que os educadores estejam preparados para interagir com
as novas tecnologias no ambiente de trabalho, estimular e facilitar a difusão
da informática educacional, fornecer subsídios para a elaboração de Projetos
Pedagógicos, de acordo com a disciplina e o nível escolar dos alunos, propiciar
condições de aprimoramento quanto ao uso da informática no processo de ensino e
aprendizagem de todos os alunos, inclusive aqueles que apresentam deficiências,
avaliar as possibilidades da utilização de softwares nos projetos e atividades
pedagógicas.
A formação do professor deve
prover condições para que ele construa conhecimento sobre as técnicas
computacionais, entenda por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica
e seja capaz de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica.
Finalmente, deve-se criar condições para que o professor saiba
re-contextualizar tanto o aprendizado como as experiências vividas durante a
sua formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as
necessidades de seus alunos aos objetivos pedagógicos a que se propõe atingir.
Assim, cabe ao docente do ensino superior se inteirar e se adequar às
tecnologias que ora se apresentam, pois, a sociedade do conhecimento demanda
agora um novo perfil de profissional.
Referências:
ALMEIDA, Maria Elizabeth Biancocini de. Informática e formação de
professores. Brasília: Ministério da Educação/Proinfo, 2001.
MERCADO, Luis Paulo Leopoldo. (Org.).Novas tecnologias na educação: reflexões
sobre a prática. Maceió. Edufal, 2002.
PRETTO, Nelson de Luca. Uma escola sem/com futuro : Educação e
multimídia. Campinas : Papirus, 1999a.